Portal da Torre

Portal da Torre

Ainda junto a Torre do Flu, era possível avistar um grande arco vertical em forma de um monstruoso acesso. Em sua criação, tal arco era tingido de branco, perfeito para a recepção de convidados curiosos à procura da famosa Colina. Com a catástrofe histórica, de alguma forma, o portal adquirira uma tonalidade enegrecida, sem deixar sequer um resquício da pintura de antes. Havia detalhes entalhados à mão por um escultor, formando espirais quadradas, circulares e triangulares nos mais diversificados ângulos, além de palavras em latim. Era ali que se espalhava o Lago Negro, e, por isto, as duas plataformas que sustentavam o Portal da Torre (como era chamado, por ser uma referência à edificação que estava posicionada a exatos noventa graus de seu centro) estavam submersas na água. Como o Lago o cortava, era preciso atravessar uma pequena ponte de madeira já quebradiça e não muito segura para ter acesso a ambos lados da Cidade. Apesar da passagem do tempo, o Portal jazia imponente durante séculos, sem um abalo sequer, a não ser a mudança misteriosa e repentina em seu matiz, que o transformara num retrato de infelicidade e de duvidoso misticismo. Ainda assim, a lenda da região contava que a mudança em sua coloração fora precisa para que o local então pudesse reprimir as forças malignas. Na realidade mágica, é claro que qualquer um que atravessasse a barreira que separava a Torre do Flu do restante da Colina não estaria protegido, e sim à mercê de tudo o que a orbe escondia.

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