Templo de Ar

Templo de Ar

Nas profundezas do Bosque da Colina, onde não havia quaisquer tipos de movimento, encontravam-se quatro pilares, já desgastados, que sustentavam uma construção rústica e abalada. Esta se sobrepunha às águas do Lago, que corria de maneira calma entre tais colunas; para alcançar a edificação, havia uma ponte de material tão transparente que parecia ser feito de ar — hoje, porém, era sujo e prestes a desabar. As grandes estruturas, formadas por granito, expunham escrituras em línguas antigas, já não usadas pelas civilizações modernas. Uma escadaria dava acesso ao piso superior. Mesmo antes da catástrofe, não era muito frequentado, senão pelos governantes da Colina, que gostavam de agradecer às suas divindades. O local estava magicamente programado para que sua extensão fosse alterada à constatar a quantidade de pessoas no ambiente. Grandes almofadas estavam todas dispostas ao chão, substituindo bancos ou outros acentos. Pequenos comportes para incensos estavam em todos os cantos, junto à quadros que flutuavam (uma vez que não existiam paredes, apenas cortinas cercando os lados). A iluminação era feita por velas que se acendiam por si só. Uma grande estátua de Merlin poderia ser vista à frente, com quase três metros de altura: esta se encontrava decifrando um grande pergaminho, pensativo. O telhado e o piso, ambos totalmente de cristal, davam a vista para o céu e para o Lago que corria logo abaixo. Uma enorme lareira estava disposta àqueles que desejassem dar oferendas ou graças aos fundadores e aos deuses. Uma arpa flutuava, tocando músicas sozinha. Ali, acreditava-se que a chuva era motivo de glória, uma vez que, para os mais antigos habitantes, simbolizava também o agradecimento dos céus àqueles que rogavam ou reverenciavam a magia e a natureza (agora morta) que cercava o local. Com o abandono da Colina, o Templo jazia mais ainda esquecido e desgastado, enquanto a flora ao redor encontrava-se em estado deplorável.

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