Necrotério
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Necrotério
Necrotério
Aquele não era, nem de longe, o local mais procurado, visitado ou até mesmo querido do hospital. Ao subir as escadas até o andar mais alto do prédio, o oitavo, o necrotério seria encontrado. Apenas funcionários autorizados poderiam entrar ali, o que não era muito difícil de controlar, valendo-se de que não eram muitos os que desejavam fazer uma visita ao necrotério. Assim que as escadas terminavam, ou quando o elevador dava acesso, podia-se ver uma enorme porta de metal, que sem dúvidas servia para manter o clima, relativamente frio, dentro da sala de autópsias. Em contra partida, no topo da porta metálica, podia-se ler as palavras “A morte é um sono sem sonhos” em letras góticas. Ao ultrapassar essa barreira, além do frio já descrito, paredes brancas e completamente lisas, diferentes do resto do hospital que continha diversos quadros, entraria no campo de visão do infortuno visitante ou legista. O teto era alto, numa tentativa de transformar aquele num ambiente mais confortável, mas nem mesmo todos os esforços faziam com que o local se tornasse menos macabro. Um grupo de globos luminosos se mantinha sempre no teto, garantindo uma iluminação favorável ao trabalho. Caso o legista sentisse necessidade, a altura do globo poderia ser controlada com apenas um simples aceno de varinha. O chão era de uma cerâmica escura e fosca. Para quem não estava acostumado diversas gavetas de corpos encostadas em praticamente todo o perímetro da sala e muitas delas tendo conteúdo pode ser um pouco inquietante. Algumas macas de metal eram dispostas no centro da sala, sem nenhum vestígio de sujeira, e apenas uma mesa alta, que serviria de apoio, ao lado. Um armário também poderia ser encontrado no canto leste da sala, encostado em um dos cantos, onde alguns produtos químicos, conservantes, e principalmente poções específicas para os estudos dos copos estava disponíveis. Não eram necessários tantos instrumentos para a autópsia, já que esta, sendo feita por um bruxo, não exigia objetos de corte e afins, portanto, apenas alguns sacos, feitos do mesmo material que as luvas médicas, mas num formato cilíndrico, como uma varinha, estavam dispostas sobre o balcão, prontos para serem usados em casos em que a varinha tivesse que chegar num distância do corpo a ser estudado que pudesse tocá-lo de alguma forma. Era o ambiente mais silencioso e que, para alguns, transmitiria até certa paz. Bastava-se ter uma coisa em mente: “Memento Mori” – lembra-te de que morrerás.
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