Cemitério Municipal
Página 1 de 1
Cemitério Municipal
Cemitério Municipal
Atrás de uma alta, imponente e contínua muralha encontra-se o cemitério d'A Colina. Este grande muro é apenas interrompido para que nele se incrustasse um imponente portão de ferro; formado por altas e finas mas muito resistentes barras deste material, este portão era ladeado por duas altas colunas quadrangulares que lhe sustentavam. Sobre cada uma destas, gárgulas — estátuas de estranhos animais alados, com presas, rabos e orelhas pontudas, de feições maléficas e olhar medonho — pareciam guardar o local. Sempre houveram jazigos para serem vendidos à população; eram grandes, construídos com mármore, onde eram entalhados a mão o nome daqueles que jaziam ali, em repouso eterno. O ambiente era bem cuidado pelo senhor Pierrot Orsipova, o zelador, que varria as folhas secas que caiam das pomposas árvores que ladeavam as passagens que davam acesso aos blocos de sepulcros, organizados por meio de números e letras indicados por placas em cada esquina. Visitado por aqueles que sentiam saudades, aquela necrópole era sempre decorada por este com flores coloridas e cheias de vida, cujas cores eram destacadas pelos raios de sol que ali batiam. Entretanto, tudo isso mudou após a tragédia histórica que abalou a cidade. Tantas crianças morreram e adultos mataram a outros e a si mesmos, após a tragédia histórica, que o Ministério interveio para que os jazigos fossem doados, a fim de evitar a majoração do caos já instalado. O cemitério logo se lotou de cadáveres que ocuparam as tumbas em número maior do que aquele para o qual foram projetadas. Não havia mais onde alocar os mortos, que passaram a ser jogados no Bosque. Tantos eram os defuntos que ocuparam o local que o fedor passou a ser presença constante ali. A maldição que havia assolado vários dos locais da cidade pareceu destacar-se naquele campo fúnebre. Nuvens negras sobre ele sempre pairavam, numa constante ameaça de tempestade que nunca caía, mas não mais deixava com que a luz do sol tocasse o solo. Raios e trovões constantes somavam-se ao barulho de grandes asas batendo, que dizia ser das gárgulas, que permaneciam em constante vigilância; de dia estavam imóveis sobre suas colunas, à noite, porém, ali não mais eram vistas. Ninguém ousava pisar naquele terreno, a não ser o Sr. Orsipova, que se recusara a deixar o lugar; alguns diziam que ele enlouqueceu e ali definhava gradativamente, outros que ele fora contratado para encobrir um assombroso segredo que ali era guardado. Diz a lenda que há um mausoléu, o único que não fora doado, que, na verdade, era uma passagem para um recinto subterrâneo que comporta um terrível mistério, que ninguém até hoje se aventurou a desvendar.
Thank's for @Lovatic, Cupcake Graphics
The Firebolt- Mensagens : 132
Data de inscrição : 27/11/2014
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|